E é lá, nos datacenters, que fica guardado todo esse conteúdo infinito que a gente posta diariamente. São locais extremamente seguros que estão por trás de todo o processamento da web.

Os datacenters evoluíram muito nos últimos anos; e cresceram também. Cada vez mais servidores são necessários para suprir a crescente demanda de produtos e serviços online. Isso significa mais espaço, mais banda, mais poder de processamento e, também, mais energia tanto para os computadores, quanto para fazer funcionar os sistemas de refrigeração. E é aí que mora um grande dilema: um datacenter consome muita energia; metade dela apenas para refrigeração do espaço e das máquinas. "Quando você fala eficiência, é aproveitar melhor a energia elétrica, o espaço e os recursos que estão disponíveis para você", explica Henrique Cecci, diretor de pesquisas do Gartner.

Atualmente um datacenter é composto por diversos tipos de servidor com potências diferentes. O consumo energético dentro dos datacenters é medido por "rack", os gabinetes onde ficam alocados os diversos servidores. "Um hack de baixa densidade, em geral, vai até 2 Kw/h. Entre 3 a 8 Kw/h é de média densidade, e mais que isso é um hack de alta densidade", diz Henrique.

Com esses números, podemos fazer uma comparação simples e ter uma noção de quant energia um datacenter consome. Vale lembrar que esses lugares funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana... o serviço é ininterrupto. Uma lâmpada de 100 watts, consome 2400 watts por dia; um pouco mais do que o rack de menor densidade consome por hora. Um computador comum consome, em média, 150 watts por hora de funcionamento. Ou seja, mesmo que a máquina permaneça ligada por 24 horas, o consumo de 3600 watts está muito abaixo do que gasta um servidor de densidade intermediária em apenas um hora!

É exatamente por esse altíssimo consumo de energia que, hoje, mais do que os desafios tecnológicos, os datacenters enfrentam um momento crítico. Além de atentar para o futuro do nosso Planeta, há uma enorme preocupação com a redução dos custos. A maioria dos datacenters mundo afora ainda têm o ar condicionado como principal fonte de refrigeração do ambiente. Mas já tem muita empresa aproveitando as energias da natureza para poder reduzir essa conta.

Na Finlândia, por exemplo, algumas empresas construíram seus datacenters em bunkers abandonados por causa das baixas temperaturas desses lugares. "Você vai encontrar na Europa datacenters construídos dentro de igrejas antigas e mais frias. Tem outras empresas construindo no meio do oceano, usando a energia das ondas para gerar energia e a água gelada do mar para refrigerar seu datacenter", diz Henrique.

Essa preocupação com a eficiência é tão grande que em alguns países já existe um incentivo fiscal para os datacenters com menor consumo de energia. No link acima, você encontra uma reportagem completa sobre essa discussão: será possível unir o mundo dos datacenters com a sustentabilidade que tanto buscamos? Acesse e fique por dentro. Aproveite e deixe sua opinião nos comentários.